
A questão gera opiniões contrárias dentro de uma mesma religião. Até para o espiritismo, que tem uma doutrina progressista, há ressalvas para as pesquisas com as células-tronco embrionárias. Segundo o presidente da Federação Espírita do Paraná, Francisco Ferraz Batista, há vida desde a fecundação, portanto, há direito. “Deus providencia o caminho à perfeição por meio dos homens. Desde que não fira os interesses de outras pessoas, apoiamos descobertas científicas”, defende.
Dúvidas também aparecem na Igreja Batista. Segundo o pastor da Igreja Batista do Bacacheri, Nathaniel Brandão, pela Convenção Batista Brasileira ainda não existe uma decisão formada. “Os batistas brasileiros sempre apoiaram os programas que visam ao progresso da ciência, pois Deus criou o homem e deu-lhe inteligência. Se for da vontade dele e as pesquisas trouxerem benefícios para a sociedade, não temos como nos opor”, opinou.
Entre os muç
ulmanos, as diferenças persistem entre as escolas islâmicas. Na concepção dos xiitas, a utilização das células-tronco para pesquisas é permitida. Enquanto alguns segmentos dos sunitas consideram a prática um pecado, outros são favoráveis à realização de pesquisas com células embrionárias até os 121 dias de vida. A busca por resposta para essa e outras questões vêm da consulta à jurisprudência islâmica, segundo explica o líder espiritual da comunidade muçulmana de Curitiba, sheik Mohammad Sadegh Ebrahimi. O vasto campo científico que pode ser aberto com o uso das células-tronco é visto como positivo pelo sheik.

“É preciso saber se tal ato é permitido ou não perante Deus. Mesmo que as pesquisas com células-tronco estejam na fase inicial, não há justificativa para a proibirmos. Mas é possível que alguma descoberta possa alterar a concepção da religião muçulmana sobre o assunto”, cogita.
Por Luciana Cristo
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