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terça-feira, 23 de junho de 2009

UM RESGATE ESPIRITUAL

Por ser um jovem tímido e sensível e por não gostar de esportes, eu não tinha muitos amigos. Procurava ser simpático e amigável,mas evitava os encrenqueiros. Mike Marks era o valentão da classe na quinta série. Sentava- se no fundo da sala e passava o tempo todo fazendo o que pudesse para prejudicar a concentração da turma. Ele se irritava facilmente e parecia ter uma maldade intrínseca, difícil de controlar. Nosso professor de história, o Sr. Reed, era um homem calmo, que dava aulas vivas e interessantes. Um dia, Mike abusou da paciência do Sr. Reed. O professor chamou-o para a frente do grupo e bateu nele várias vezes com a vareta que usava para fazer os apontamentos na lousa.

Então, vi o espírito. Como muitas de minhas visões, ele tinha um halo luminoso a seu redor. Era um homem alto, moreno, de cabelos castanhos. Ficou em pé à direita de Mike e assistiu com tristeza à surra que o garoto levava. A certa altura, levou as mãos ao rosto para evitar ver aquela cena terrível. Percebi que era o espírito do pai de Mike e que ele queria pedir desculpas ao filho. Eu gostaria de ter podido transmitir a mensagem a Mike, mas na ocasião foi impossível. Senti pena do garoto, imaginando que o coitado devia apanhar do pai e que por isso agia daquele jeito. Talvez suas explosões fossem um grito por socorro.

Um dia, a caminho da escola, Mike perguntou se podia me acompanhar. Concordei, achando que seria legal andar ao lado do valentão da turma. Ele sugeriu que fôssemos até a ponte que passava sobre os trilhos do trem. Quando protestei, dizendo que ficava longe, pegou uma pedra e mirou na minha cabeça. Apavorado, não tive alternativa senão obedecer.

Caminhei com Mike durante 45 minutos até chegar à ponte, que ficava em um local deserto. Mike me mandou sentar e tirar os tênis. Protestei mais uma vez, e ele voltou a me ameaçar. Desamarrei os sapatos rapidamente e entreguei-os a Mike. Segurando meus tênis por cima da via férrea, ele disse: "Diga que eu sou o maior ou vou soltá-los". Tentei fugir, mas Mike me segurou e me jogou no chão. Minhas mãos e meu rosto bateram no solo com força. Implorei, chorando, que me deixasse partir, mas Mike ameaçou me atirar da ponte.

Eu estava morto de medo, pois ele era suficientemente louco para me jogar dali.. "Me larga! – gritei". Mas Mike apenas riu. De repente, o espírito que havia estado ao lado de Mike na sala de aula apareceu de novo, parecendo ainda mais brilhante. O espírito me enviou seus pensamentos.

– Eu sou Michael, o pai do Mike.
– Seu pai está falando comigo – disse a Mike.
– Você ficou louco! – gritou Mike.
– Seu pai está aqui conosco. Está dizendo que não foi culpa sua. Ele tinha bebido muito quando sofreu o acidente de carro.

Mike me olhou fixamente. Continuei:
– Ele está dizendo que não foi ao seu jogo da Liga Mirim porque morreu na noite anterior.
– Não é verdade – insistiu Mike. – Minha mãe disse que ele nos abandonou.

O pai de Mike contou que sua esposa mentira porque se sentia culpada demais por ter um caso extraconjugal. Ela havia pedido o divórcio ao pai de Mike no dia em que ele morreu.

– Não se culpe – prossegui, transmitindo a mensagem do pai.
– Não foi sua culpa. Seu pai está dizendo que fica muito orgulhoso de você e sente muito por você não saber a verdadeira história da morte dele.

Mike jogou os tênis em mim e saiu correndo. O espírito me agradeceu por ter contado a verdade ao seu filho. Senti pena do espírito, mas agradeci por ele ter salvado a minha vida. Mike nunca mais falou comigo. Mais tarde, minha mãe me contou que o pai de Mike havia morrido em um desastre de carro. Um ano depois do incidente, Mike desapareceu do bairro. Tempos depois, fiquei sabendo que ele tinha ido para uma escola militar no interior do estado de Nova York.

Trecho do livro "Espíritos entre nós", do médium americano James Van Praagh.

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