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sexta-feira, 23 de maio de 2008

CARTA A UMA AMIGA ESPÍRITA


Fiquei pensando sobre as dificuldades que tem enfrentado e, sinceramente, gostaria de ter uma palavra para te ajudar e, principalmente, te tranqüilizar. Mas não tenho todas as respostas e talvez nem tenha o conhecimento suficiente para te dizer algo de proveitoso. Mas mesmo assim vou tentar, pois tenho confiança no que acredito e que, particularmente, funciona no meu dia-a-dia.

Creio na presença dos espíritos, na sua influência (boa ou má) mas acredito principalmente que nós somos os personagens principais de nossas vidas e que a dirigimos; que nós a determinamos. Sofremos, sem dúvida, com as sugestões ruins de espíritos que querem nos desestabilizar, mas assim também é na vida, com pessoas que nos sugam as forças ou que tentam nos colocar para baixo, seja por maldade, seja porque simplesmente querem que sejamos iguais a elas. Pessoas que podem até gostar da gente, mas que não têm um coração bom e que, nos querendo por perto, nos fazem mal.

Sempre que preciso busco alguma explicação nos livros de Kardec. Não que o considere infalível ou que o chamado "Espírito da Verdade", seja igualmente o absoluto conhecedor dos mistérios da vida. Afinal, o próprio Kardec disse que "os espíritos não sabem tudo". Portanto, tudo que leio ou tomo conhecimento só me serve se, analisado pelo olhar do bom-senso, parece conveniente, lógico e ponderado. Neste sentido, acreditando se enquadrar em tais requisitos, lembro que o escritor francês, na Introdução ao "Livro dos Espíritos", disse que "os Espíritos exercem sobre o mundo uma ação incessante".
"Agem sobre a matéria e sobre o pensamento (...). Com os homens, as relações dos Espíritos são constantes. Os bons Espíritos nos convidam ao bem, nos sustentam nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las com coragem e resignação; os maus nos convidam ao mal: é para eles um prazer ver-nos sucumbir e cair no seu estado."

Didaticamente, Kardec ensina que os médiuns apresentam comunicações ostensivas ou ocultas. As comunicações ostensivas realizam-se por meio da escrita, da palavra ou de fenômenos físicos. Já as comunicações ocultas verificam-se pela influência boa ou má que eles exercem sobre nós, sem o sabermos, utilizando-se do nosso pensamento. E a influência dos Espíritos sobre os nossos pensamentos e atos é tão grande que "muito freqüentemente são eles que vos dirigem."
[LE-qst 459]

Esta influência pode ser boa ou má, rápida ou duradoura e se estabelece através de uma corrente mental. O Espírito identifica o seu pensamento com o nosso e vai introduzindo em nosso campo mental as suas idéias, sugestões e emoções. É fundamental a compreensão de que esta influenciação só se concretiza através da sintonia mental.

A influência dos Espíritos sobre o homem vai depender também da natureza desses Espíritos. Os Espíritos infelizes misturam-se em nossas atividades comuns, participam das conversas... Perturbam-se e perturbam; sofrem e fazem sofrer; odeiam e geram ódios; infelicitados, infelicitam. Já a ação dos Espíritos superiores é outra. Os bons Espíritos só aconselham para o bem, trazem bons pensamentos, desviam os homens do mal, protegem na vida os que se lhes mostram dignos de proteção e que se ligam a eles mentalmente.

Podemos observar pelo que foi dito que muitos pensamentos que povoam a nossa mente não têm origem em nós mesmos, mas sim em entidades desencarnadas. Disseram os Espíritos [LE-qst 460]: "Vossa alma é um Espírito que pensa; não ignorais que muitos pensamentos vos ocorrem, a um só tempo, sobre o mesmo assunto e freqüentemente bastante contraditórios. Pois bem: nesse conjunto há sempre os vossos e os nossos, e é isso o que vos deixa na incerteza, porque tendes em vós duas idéias que se combatem."

Com relação à maneira de distinguirmos o nosso pensamento do pensamento estranho, as entidades disseram [LE-qst 461]: "Quando um pensamento vos é sugerido, é como uma voz que vos fala. Os pensamentos próprios são, em geral, os que vos ocorrem no primeiro impulso. De resto, não há grande interesse para vós essa distinção, e é freqüentemente útil não o saberdes: o homem age mais livremente; se decidir pelo bem, o fará de melhor vontade; se tomar o mau caminho, sua responsabilidade será maior."

Observamos então que os Espíritos só têm o poder que nós lhes damos, pois só conseguem atuar em nós se nos encontrarem em situação favorável, seja positiva, no caso dos bons Espíritos, ou negativa, em se referindo aos espíritos "desocupados". E para neutralizar a influência dos maus Espíritos, como já lhe disse, é preciso ter confiança. Alguns podem chamar de Fé, mas prefiro a palavra confiança, confiança de que fazemos a coisa certa, que estamos do lado do bem e que só a ele estamos ligados. Ter confiança é não ter medo, é ver a vida de maneira simples e sem complicação, eis que dirigida às coisas positivas e na certeza de que a maldade só tem o poder de ameaçar e intimidar se lhe oferecermos uma terra fértil. Não é fácil, eu sei, mas a confiança também traz paz e tranqüilidade para nos conduzir pelo caminho.

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