Abaixo, vídeo sobre um grupo de médiuns que mantém, no Brasil, um "Hospital Espiritual".
segunda-feira, 8 de junho de 2009
CURAS ESPIRITUAIS EM DOIS PROGRAMAS
Abaixo, vídeo sobre um grupo de médiuns que mantém, no Brasil, um "Hospital Espiritual".
sexta-feira, 20 de março de 2009
ATRIZ EXALTA DEUS EM CURA ESPIRITUAL

Antes de eu tirar o tumor de meu pulmão, ela já havia sido operada espiritualmente pelo Doutor Fritz (incorporado pelo médium Edson Queiroz), indicado pela minha amiga e cantora Alcione. Os tumores que existiam em seu pulmão diminuíram consideravelmente e, quando a equipe do médico Riad Yunis fez a retirada do tumor malígno, não houve nenhum tipo de complicação. Todavia, devido à forte medicação, uma glândula acabou nascendo em seu seio direito, causando-lhe muitos incômodos. "Quando ela endurecia eu sentia uma dor absurda", disse a atriz.
Com a descoberta do nódulo, Mara Manzan seguiu os conselhos de alguns amigos e se submeteu a uma cirurgia espiritual com o médium João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, na cidade de Abadiânia, em Goiás. "Fui curada somente com oração. Fiquei sentada em uma cadeira e começaram a rezar. Logo eu comecei a sentir meu corpo dormente, como se tivesse sido anestesiada. O nódulo desapareceu do meu peito", afirmou a atriz. Segundo ela, João de Deus não realizou qualquer intervenção física, apenas foi colocada em meu seio uma gaze umidecida com água "purificada espiritualmente". "Nada além disso. Eles ficaram rezando por horas e quando acordei o nódulo não existia mais".
O que poderia se chamar de "pós-operatório" foi o efeito da "cirurgia": "Fiquei dormindo dois dias consecutivos e não acordei para nada".
Impressionada, a atriz da Globo conta que presenciou o caso de um rapaz que estava com um problema em um dos olhos, sentindo muito incômodo. Após uma série de orações, o jovem ficou desacordado e o médium pegou uma faca, revestiu com uma gaze e enfiou no olho do moço. Quando retirou o objeto, tinha um cisto na ponta. Ele foi levado para uma salinha e no dia seguinte apareceu lá no centro, com o olho tampado e sem se queixar de dores. "Parece mentira, mas eu vi tudo", exalta.
Consciente e seguindo as orientações do próprio João de Deus, não interrompeu o tratamento convencional. "Ele é uma pessoa iluminada e várias pessoas da Globo já passaram por suas mãos. Todos elogiam muito e não tiveram reincidência em seus casos", conclui.
Saiba mais:
A Casa Dom Inácio está localizada na Rua 15 de Novembro, s/n, no lote 4 da quadra 46, em Abadiânia, Goiás, Brasil. É uma instituição de caridade fundada em 1976 por João Teixeira de Faria (João de Deus). É conhecida como hospital espiritual, tendo sido construída ao longo de diversas épocas, com ajuda de amigos e familiares. O Blog Partida e Chegada não tem qualquer vínculo com a entidade ou o mencionado médium, e as informações contidas neste espaço são meramente informativas. Nos endereços abaixo, você poderá ter mais informações e contatar diretamente a entidade.
http://www.casadominacio-sul.com.br/localizacao.htm
http://www.casadominacio-sul.com.br/contato.htm
Depoimento : Blog Eu Estive em Abadânia
sábado, 3 de janeiro de 2009
AS CURAS ESPIRITUAIS DE JOÃO DE DEUS - II

João de Deus chega à Casa cedo, por volta das 7h30 da manhã, e senta-se num sofá do pequeno escritório anexo aos salões principais. Nas paredes, imagens de santos, retratos de gente atendida por ele, uma foto sua ao lado do médium mineiro Chico Xavier, diplomas de honra ao mérito emitidos por associações militares, entidades policiais e Câmaras de Vereadores. As paredes brancas com rodapé azul de 1 metro de altura, onipresentes na Casa, formam um corredor claustrofóbico que leva ao salão principal, onde cerca de 300 pessoas de todas as idades estão sentadas, de olhos fechados e em silêncio.
João não ergue a vista para quem o espera. Ele está descalço e navega em passos incertos até uma cadeira de espaldar alto. Ele chama dois de seus assistentes e dá uma mão a cada um. Estremece, revira os olhos, sacode os ombros e retesa os braços, que deixa cair, como se uma corrente elétrica passasse por seu corpo. Ele se recompõe. Até as 5 da tarde, estará em transe, atendendo as centenas de pessoas que formam uma fila em frente a sua cadeira. Entre os que o procuram estão pacientes de câncer, esclerose, paralisia cerebral, bócio, nódulos mamários, cefaléia, vertigem, dor abdominal, lombalgia, problemas oculares, aids. João diz não prometer curas, que segundo ele dependem “da vontade de Deus”.
A CIRURGIA - As cirurgias podem ser “visíveis” ou não. Nas visíveis, os procedimentos mais comuns são a introdução de uma pinça cirúrgica no nariz, a raspagem da retina ou a retirada de tumores com bisturi. Às vezes, João faz simples massagens na região onde o paciente reclama de dor. O médium pergunta, imperativo: “Cadê a dor?” Todos dizem não sentir mais nada. Em alguns casos, ele ordena a pessoas em cadeiras de rodas ou muletas que as abandonem e andem. Quando há cortes, ele costura a ferida com agulha e linha, e o paciente vai para uma sala de repouso. Se há sangue no chão, os auxiliares se apressam em limpá-lo com álcool de cozinha. Os instrumentos cirúrgicos não são limpos entre uma operação e outra.
Uma consulta sem cirurg

VIAGEM - Em uma das paredes da Casa há uma reprodução de um estudo publicado em 2000 na Revista da Associação Médica Brasileira. O trabalho é, supostamente, uma tentativa de investigar cientificamente as cirurgias espirituais de João de Deus. Um de seus autores, Alexander Moreira de Almeida, hoje é professor de Psiquiatria na Universidade Federal de Juiz de Fora. Ele já escreveu artigos em outras publicações com títulos como “Visões espíritas dos distúrbios mentais no Brasil” e “A mediunidade vista por alguns pioneiros da área mental”. O estudo de 2000 não chegou a conclusão nenhuma. Uma das co-autoras, Maria Ângela Gollner, se diz constrangida pelo uso do artigo. “Ele fez daquilo uma máquina de propaganda”, disse, referindo-se a João de Deus. Ouvido por ÉPOCA, Almeida não quis revelar sua crença religiosa e disse ignorar que o artigo esteja afixado na Casa Dom Inácio.
A popularidade de João de Deus no exterior se deve em grande parte à ampla cobertura da imprensa internacional em 1991, quando a atriz americana Shirley MacLaine tratou-se com ele (supostamente foi curada de um tumor abdominal). De lá para cá, o boca a boca, as reportagens e os livros publicados nos EUA e na Europa se encarregaram de espalhar a fama. No site da Amazon, encontram-se pelo menos três livros e dois DVDs em inglês sobre João de Deus, com títulos como John of God: the Brazilian Healer Who’s Touched the Lives of Millions (João de Deus: o Curandeiro Brasileiro que Tocou as Vidas de Milhões).
ESPIRITUALIDADE - Caçula de cinco irmãos, João conta que passou pela primeira “experiência transcedental” aos 9 anos. Segundo ele, a mãe, dona Iúca, o levou para visitar parentes no vilarejo de Nova Ponte, em Goiás. João diz que, em um dia sem nuvens, previu que muitas casas seriam destruídas por uma tempestade. A muito custo, convenceu dona Iúca a ir embora. Segundo ele, em poucos minutos nuvens negras surgiram, e a chuva arrasou 40 casas. João conta que, aos 15 anos, começou a incorporar espíritos. O trabalho de cirurgião espiritual começou nessa época. Seu relato é assim: certo dia, quando tomava banho de rio em Campo Grande (atual Mato Grosso do Sul), encontrou uma mulher bonita com quem passou o resto do dia conversando. No dia seguinte, voltou ao rio para procurá-la, mas ouviu apenas a voz dela, ordenando que comparecesse a um centro espírita chamado Cristo Redentor. Chegando lá, desmaiou. Quando acordou, horas depois, envergonhado, atribuiu o desmaio à fome. Os membros do centro acalmaram-no e disseram que João havia sido possuído por um espírito e, durante o transe, feito cirurgias espirituais, dizendo ser o rei Salomão, da Bíblia.
João diz que não gosta de ser chamado de curandeiro ou milagreiro. Mas eram esses os nomes que anunciavam sua chegada a cidades da região Centro-Oeste na década de 60. Ele atendia doentes em centros espíritas ou casas de umbanda. Ele se declara católico. Anda com uma imagem de Santo Agostinho no bolso do jaleco. Faz o sinal-da-cruz antes de dormir. Diz que gosta de dançar em serestas. Mora em Anápolis, a 40 quilômetros de Abadiânia, para onde volta dirigindo o próprio utilitário esportivo no fim do dia. Tem nove filhos e administra quatro fazendas de gado. Tentou se aventurar no ramo da mineração de ouro. Afirma que sofreu prejuízos e decidiu se restringir à pecuária. Segundo conhecidos, é um ótimo negociante. “As doações não bastam para pagar os funcionários”, diz. “Então, às vezes, tenho de pegar do que eu ganho. Vender uns bois. A despesa aqui é de R$ 90 mil, R$ 100 mil por mês. Nossas contas estão abertas para quem quiser ver.”
CURA? - Nos três dias em que esteve na Casa de Dom Inácio, a reportagem ouviu dezenas de pessoas, com os mais diferentes tipos de enfermidade. Todas pareciam tranqüilas e sorridentes. “Os médicos disseram que meu filho não viveria muito”, diz a austríaca Alice Gabriel. É uma história semelhante à de muitas mulheres que acompanham os filhos à Casa. Julian, o filho de Alice, tem 13 anos e vive preso a uma cadeira de rodas devido a um caso severo de distrofia muscular. Alice e o marido, Walter Reschl, viram João de Deus na Alemanha há dois anos. Já haviam levado o filho a curandeiros na Inglaterra e Itália, sem resultado. Foram a Abadiânia em 2006 e estão ali há um ano. “Em poucas semanas, a doença se estabilizou”, diz Alice. Ruzica Wiesen, nascida na antiga Iugoslávia e naturalizada americana, diz que foi diagnosticada com artrite reumatóide há 19 anos. Apesar de levar uma vida saudável como professora de ioga em Chicago, afirma que subitamente perdeu a capacidade de andar sem a ajuda de muletas. “Descobri que os problemas são espirituais.” Ruzica diz que voltou a andar desde que passou a freqüentar a Casa, há dois anos. “Tenho fé que foram os espíritos que me ajudaram. Isso basta.” Phoebe Dixon, uma australiana de 20 anos, veio ao Brasil acompanhar a professora de Psicologia da faculdade, que tem câncer de fígado. “Quando ouvi que havia algo assim no mundo, resolvi conferir com meus próprios olhos”, diz a estudante.
quinta-feira, 26 de junho de 2008
CURAS ESPIRITUAIS : O PODER DA ÁGUA
A água magnetizada registra uma alteração na sua estrutura molecular

O observador menos atento certamente dirá que a pessoa em pauta foi vítima do efeito de placebo, isto é, acreditando no hipotético tratamento dos espíritos, a sua mente teria gerado mecanismos de auto-cura, sendo esta apenas de fundo psicológico.
Há uns anos atrás, assistindo a um seminário de Divaldo Pereira Franco, num dos intervalos ele me disse que uma entidade espiritual lhe dizia para que eu lhe levasse uma garrafa de água para magnetizar em meu benefício. Timidamente, fui comprar duas garrafas de água, entregando-lhe. Passado algum tempo, ele devolveu esclarecendo que quando a água estivesse no meio da garrafa, deveria encher a mesma com água do mesmo teor, devendo beber todos os dias um pouco dessa água. Qual não foi o meu espanto, quando ao beber a referida água, à noite, verifiquei que a mesma cheirava rosas, fruto de um fenômeno de efeitos físicos protagonizado por esse médium. De realçar que o cheio e sabor de rosas se manteve durante cerca de 4 meses, apesar da garrafa estar sempre sendo completada.
A água, tratada pelos espíritos, sofre uma alteração na sua estrutura molecular, fato este comprovado. Neste sentido, artigo de Hernâni Guimarães Andrade sobre "Água Fluida" refere que um cientista, Edward Brame, teria constatado que a água magnetizada por curadores psíquicos registrava uma alteração na sua estrutura molecular que se mantinha cerca de 4 meses. Quando soube, não pude deixar de ficar espantado, pois tais experiências em laboratório estavam em perfeita sintonia com minha vivência. Bernard Grad, bioquímico canadiano, fez igualmente experiências com curadores psíquicos, demonstrando em laboratório que a ação do magnetismo humano interfere na estrutura molecular da água, alterando a sua tensão superficial e os ângulos das pontes de hidrogênio da molécula da água.
Perante tais provas científicas, o efeito placebo perde todo o seu poder já que perante fatos em laboratório, repetíveis, não há argumentos baseados em crenças pessoais. Quando lhes é permitido superiormente, os espíritos podem interferir beneficamente na nossa vida, agindo no nosso corpo espiritual (perispírito) que assim modificado vai provocar uma alteração no nosso corpo físico.
José Lucas
- Gerber, Richard – Medicina Vibracional
- Kardec, Allan – O Livro dos Espíritos
- http://www.adeportugal.org/
- www.caldasrainha.net/lucas
segunda-feira, 7 de janeiro de 2008
CIRURGIA ESPIRITUAL : A CURA VEM DE CIMA

Por Luana Villac
Editor : Lauro Henriques Jr.
Cecília Guilhereme Cardi chegou ao Santuário Espiritual Ramatís, na cidade de Leme, no interior de São Paulo, em uma cadeira de rodas. Cinco meses antes, a dona-de-casa paulista estava dentro de um elevador quando o cabo de aço se rompeu e o equipamento foi abaixo. Cecília ficou seriamente ferida e passou dez dias no hospital. Depois do acidente, sua vida nunca mais foi a mesma: dores intensas na região da coluna a impediam de se locomover normalmente. Foram meses de sofrimento e seis operações, até que uma vizinha lhe falou sobre um médium que, segundo diziam, era capaz de curar as pessoas por meio de cirurgias espirituais. Cecília resolveu tentar. “Foi a melhor decisão que já tomei”, afirma. “Três dias após a cirurgia, já não sentia dor nenhuma”. Hoje, um ano depois da intervenção do médium, ela anda normalmente e nunca mais teve problemas.
O suposto responsável pela melhora de Cecília atende pelo nome de Waldemar Coelho. Ele é um dos médiuns brasileiros que, todos os anos, atendem milhares de doentes em operações que seriam realizadas pelos espíritos. Na verdade, os médiuns sérios costumam dizer que não são eles, mas, sim, as entidades que curam – eles seriam apenas os “bisturis” nas mãos do além. Seja como for, as cirurgias espirituais atraem multidões e desafiam a medicina tradicional com diversos casos inexplicáveis de cura narrados pelos pacientes.
Espírito-socorro
Se representam um desafio para a ciência – que até hoje não tem explicações para as curas creditadas ao “lado de lá” –, as operações mediúnicas colocam em cheque o próprio senso comum acerca de como deve ser um procedimento médico. Por vezes, as cirurgias são recheadas de cenas tão surpreendentes quanto aflitivas, como as do médium introduzindo tesouras e pinças pelas narinas dos pacientes ou raspando os olhos dos mesmos com canivetes ou as próprias unhas. E o que é mais impressionante: o processo todo se dá sem anestesia e, ainda, num cenário muito distante dos padrões mínimos de assepsia hospitalar. A surpresa aumenta quando se leva em conta que, além da incrível analgesia dos pacientes – qualquer pessoa em sã consciência estaria berrando de dor –, não há registros significativos de contaminações, o que seria inimaginável em instituições de saúde “deste mundo”, que padecem de índices altíssimos de infecções hospitalares.
O estranhamento com o procedimento, contudo, não parece afastar os pacientes. Só no Santuário Ramatís, Waldemar Coelho, de 69 anos, e sua equipe recebem cerca de 300 pessoas por semana, que se queixam das mais diversas doenças – câncer, hérnia de disco, miomas, catarata e até depressão. Para ser atendido por eles, ou melhor, por intermédio deles, é preciso fazer reserva com pelo menos dois meses de antecedência. No dia marcado, então, enquanto se desenrola uma das operações, o doente estará entre as dezenas, às vezes centenas de pessoas que, de fora, aguardam esperançosas sua vez de “entrar na faca”.
Tão impressionantes quanto as cirurgias são os relatos de cura, que colocam à prova até os mais céticos. Como o do pintor Airton Ferreira, de Rio Claro, no interior paulista, que sempre gostou de praticar artes marciais. O hobby, contudo, acabou lhe custando um problema sério no menisco. Quando procurou um médico, recebeu duas notícias: a única forma de resolver o problema seria através de uma operação. A segunda? Mesmo assim, não poderia voltar a treinar nunca mais. Depois de tentar acupuntura e fisioterapia sem obter resultados, decidiu ir atrás do médium Coelho, que tinha visto na televisão. “Cheguei lá tirando sarro”, relembra Airton. “Trinta dias depois, contudo, eu já estava lutando caratê novamente. Isso foi há dez anos, e até hoje eu freqüento o centro para agradecer”.
Outro elemento responsável pelo intenso fluxo de visitantes ao Ramatís é o custo do tratamento. Ou melhor, a falta dele: as cirurgias são totalmente gratuitas, conforme o preceito espírita de incentivo à caridade. Mas engana-se quem pensa que somente as camadas mais pobres da população procuram o local. Na lista de pacientes que já passaram por lá figuram nomes como Hortênsia e Paula, ex-jogadoras da Seleção Feminina de Basquete, e Pedro Ivo, ex-governador de Santa Catarina. Na entrada do centro, há uma sala com as paredes cobertas por mais de 100 camisas de atletas, além de sapatilhas de balé, quimonos de artes marciais, cartas e fotografias – todos objetos estão assinados por pessoas que lá chegaram em busca de cura e dizem a ter encontrado. Uma camisa de basquete com as cores do Brasil, por exemplo, traz a inscrição feita à caneta: “Ao Senhor Waldemar, de quem te admira, Paula”.
Sistema sobrenatural de saúde
A cerca de mil quilômetros do centro Ramatís, nas cercanias de Brasília, dois outros médiuns atraem caravanas de doentes com seus tratamentos gratuitos. João Teixeira de Faria, de 64 anos, promove sessões de cura desde a década de 70 em Abadiânia, cidade goiana à uma hora da capital. João de Deus, como é chamado, ficou conhecido mundialmente em 1991, ao receber a atriz norte-americana Shirley MacLaine, que foi submeter-se a uma operação espiritual para extrair um câncer no abdômen. Na época, ela deu entrevistas afirmando que estaria curada. Desde então, João de Deus já viajou para mais de 15 países e, hoje, o fluxo de pessoas que o procuram é formado majoritariamente por estrangeiros. Não longe dali, em Gama, cidade-satélite do Distrito Federal, o médium Valentim Ribeiro de Souza, de 66 anos, também recebe multidões do Brasil e do exterior. Mestre Valentim, como é conhecido, realiza centenas de atendimentos gratuitos por semana no Recinto de Caridade Adolfo Bezerra de Menezes. Outro lugar bastante conhecido nessa espécie de “SUS do outro mundo” é o Educandário Social Lar de Frei Luiz, localizado no bairro de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. As operações realizadas na instituição atraem milhares de pessoas por mês ao local, muitas delas atores globais. Aliás, esse tipo de tratamento atrai celebridades de todas as áreas.

Texto publicado no Especial
"150 anos do Espiritismo" Volume 2 (pág. 42),
do Almanque Abril, da Editora Abril.
CURA OU CURANDEIRISMO ?

Outras autoridades dentro do espiritismo enxergam a questão de forma diferente. “Um das coisas mais importantes é encorajar o paciente à cura. Isso porque, na realidade, trata-se sempre de uma auto-cura. É o próprio paciente quem restaura as células de seus envoltórios físico e espiritual”, afirma Marlene Nobre, presidente da Associação Médico-Espírita do Brasil. “Nesse sentido, cremos que a auto-sugestão é uma predisposição necessária.”
A afirmação da médica remete a um questionamento freqüentemente levantado quando se fala das cirurgias espirituais. Será que as supostas curas seriam fruto realmente do trabalho das entidades? Ou decorriam apenas de uma espécie de efeito placebo, em que os pacientes ficariam melhores justamente por acreditaram que isso aconteceria? Para o pesquisador norte-americano Harold G. Koenig, coordenador do Centro para Espiritualidade, Teologia e Saúde, da Duke University Medical Center, na Carolina do Norte (EUA), mesm

Para além da fé, os espíritas têm seus conceitos próprios para explicar o funcionamento das cirurgias psíquicas. Eles se valem da noção de perispírito, ou corpo astral (veja matéria na página 9). “Quando o espírito de um médico trabalha através de um médium, ele não mexe no corpo físico da pessoa, mas no corpo perispiritual”, afirma Ari Ferreira, palestrante da Federação Espírita do Estado de São Paulo. As enfermidades no plano físico decorreriam, na verdade, de problemas com esse corpo sutil. Seria esta a razão porque as operações prescindem de instrumentos cirúrgicos ou quaisquer outros objetos cortantes. “Nas cirurgias espirituais, há uma transfusão de energias vitais – originadas do médium – e espirituais – que emanam das entidades – para o paciente”, afirma Marlene Nobre.
Para garantir a pureza dessa energia que transmitiriam aos pacientes e a economia de suas próprias forças – já que há um grande dispêndio de energia nesses encontros –, os médiuns seguem algumas precauções. Sexo, álcool, cigarro e carne vermelha são cortados pelo menos 72 horas antes das reuniões. Além disso, as intervenções são acompanhadas de orações e leituras, que procuram criar um ambiente harmônico, e todos os presentes usam roupas de cor branca.
Cura ou curandeirismo?
Apesar dos depoimentos relatando melhoras, as intervenções do além encontram forte resistência por boa parte da comunidade médica, para quem tudo não passa de picaretagem. E mesmo entre os espíritas a prática é vista com cuidado. “Este é um campo escorregadio, sujeito ao charlatanismo e a mistificações. As verdadeiras cirurgias espirituais são raríssimas,”, diz Marlene Nobre. “Conceituados colegas nossos já afirmaram que encontraram infecções decorrentes das operações mediúnicas em pacientes que se submeteram a elas. Na década de 1980, por exemplo, a própria Associação Médico-Espírita denunciou casos de seqüelas provocadas por supostas cirurgias espirituais, que nem de longe apresentaram os resultados apregoados pelo médium.”
Para a médica espírita, o primeiro termômetro para se prevenir contra os picaretas é a gratuidade do tratamento. Esse cuidado é reforçado pelos profissionais da saúde “deste mundo”. “Tenho sérias resistências à chamada cirurgia espiritual com corte. É um campo em que podem surgir muitos charlatões, que querem se aproveitar do momento de fragilidade da pessoa para tirar dinheiro dela – por isso acredito que não pode haver remuneração”, afirma o cardiologista Roberto Luiz D’Ávila, diretor do Conselho Federal de Medicina.
Em 1987, o assunto atraiu a atenção do pesquisador e cético canadense James Randi, que se propôs a pesquisar a veracidade das supostas curas. Para isso, entrevistou 104 pessoas que se diziam curadas pelos médicos do espaço. A conclusão de Randi, que está no livro The Faith Healers (Os Curadores da Fé, inédito no Brasil), foi que seus entrevistados dividiam-se em três grupos. No primeiro, estavam os hipocondríacos, que na realidade não tinham doença nenhuma. No segundo, pessoas que estavam enfermas, mas continuaram doentes após o procedimento. E por fim, o terceiro grupo, do qual ele afirma não ter encontrado ninguém, era constituído por pessoas que já haviam morrido dos problemas que as afligiam. “Não posso afirmar que essas curas não funcionam, mas em todos os casos que investiguei, houve 100% de falha”, disse Randi.
No Brasil, o psiquiatra Alexandre Moreira de Almeida, do Departamento de Patologia da Universidade Federal de Medicina de Juiz de Fora (MG), realizou uma pesquisa junto ao médium João Teixeira de Faria. Trinta pacientes foram examinados antes e depois das cirurgias espirituais realizadas por ele, e o material retirado de seus corpos foi examinado em laboratório. Os resultados indicaram que as incisões eram reais e não provocavam dor nos pacientes. Não foi encontrado nenhum sinal de infecção até três dias depois da cirurgia e exames evidenciaram que os tecidos extraídos eram compatíveis com o local de origem. Mas, funcionou? A conclusão, apresentada no relatório da equipe, afirma que “as cirurgias são reais, mas aparentemente não teriam efeito específico na cura dos pacientes”.
A verdade é que a ciência ainda sabe muito pouco sobre o tema. “Nossos métodos de avaliação não são suficientes para comprovar o resultado desses procedimentos cientificamente”, afirma Roberto Luiz D’Ávila. “Do ponto de vista científico, questiono se aquilo pode trazer a cura. Mas, com trinta anos de profissão, acredito que – desde que não abandonem o tratamento tradicional – todos os pacientes têm o direito de acreditar naquilo que possa lhes trazer paz, tranqüilidade e, principalmente, esperança.”
"Tomava quilos de antidepressivos e bati