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sexta-feira, 20 de junho de 2008

SUICÍDIO: A FALSA SOLUÇÃO DO PROBLEMA


“Quando você quer morrer, não pensa na dor que as pessoas que gostam de você sentirão e sim no alívio que vai dar a eles”
A escritora paulista Stella Florence, 40, viu a morte bem de perto quando tinha 24 anos. “Eu era muito apaixonada por um cara e nós fomos para o Rio de Janeiro passar uns dias. Numa noite, ele estava muito alterado e quis transar comigo. Eu recusei e ele me bateu e fez sexo comigo à força. Eu me senti péssima. Depois disso, ele chegou em casa com uma mulher muito bonita. Aí que fiquei arrasada de vez. Quando eles saíram, só tive forças para chegar até a varanda do apartamento e me debruçar. Quando fui pular, um copo de vidro que estava ao meu lado se estilhaçou, do nada. Isso me assustou e ajudou a sair do transe. Percebi que, quando você quer morrer, não pensa na dor que os outros vão sentir e sim no alívio que vai dar. Pensa que as pessoas vão ficar melhor sem você, sem sua presença triste, nefasta”, desabafa Stella.

M.R., 32, designer, tentou o suicídio por overdose aos 22 anos. “Desde que eu era adolescente sofria pela falta de compreensão da minha família e amigos. Eu me senti excluída por todos e até de mim mesma. Isso gerou um grande conflito de personalidade. Quando a gente está deprimida tenta fugir completamente da realidade. E vale tudo!” – revela M.R. Aos 22 anos, ela teve uma nova fase de depressão. Foi a época em que se envolveu com drogas. “Eu quis acabar com meu sofrimento e apelei para as drogas pesadas. Mas alguma coisa me impediu de morrer. Depois disso, descobri que todo buraco tem mola e virei a mesa. Hoje não me deixo mais afundar...”, finaliza.

A maioria das tentativas de suicídio é cometida pelas mulheres

A explicação, segundo a psiquiatra Alessandra Diehl Reis, da Universidade Federal de São Paulo, é que os homens buscam formas mais brutais de suicídio, como tiro ou enforcamento. Raramente as mulheres usam essas técnicas, preferem os soníferos, e, portanto, têm mais chances de serem socorridas e sobreviver. Para a psicóloga Rejane Bronhara Puttinni, diferentemente do homem, a mulher quando não consegue mais expressar suas emoções ligadas a fatos que a contrariam, acaba se fechando. "Elas realmente adoecem e é uma tristeza muito profunda no coração, no sentimento e na emoção", conta a psicóloga.

Por Gisela Rao
Reportagem publicada originalmente no Portal iTodas

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