

O que tenho para lhe dizer é o entendimento que temos do mistério da vida e, portanto, não uma verdade absoluta. Afinal, a criação desejou que nossas reencarnações tivessem o véu do esquecimento para facilitar nossa evolução. Mas a pergunta constante em nossa página é justamente "o que fazemos quando dormimos?" Pergunta muito comum e para a qual muitos de nós não temos resposta. E a verdade é que há tantas teorias a respeito do sono e dos sonhos que até ajudam a confundir.
Kardec, perguntado aos espíritos sobre o assunto, estes responderam, em "O Livro dos Espíritos", que o "sonho é a lembrança do que o Espírito viu durante o sono." O sono liberta, parcialmente, a alma do corpo permitindo-lhe entrar em relação com o mundo dos espíritos. Através dos sonhos, poderemos visitar entes queridos já desencarnados, ir a países distantes, entrar em contato com pessoas vivas.
A alma, independente durante o sono, procura sempre seus interesses. Busca as orgias, quando são se seu interesse, ou vai em busca de luz e esclarecimento em companhia de espíritos elevados. Mesmo quando dorme, a alma mantém seu livre-arbítrio, sua livre vontade.Mas, por que nem sempre nos lembramos dos sonhos? Será porque não sonhamos?
Sendo o corpo físico constituído de matéria pesada e grosseira, dificilmente conserva as impressões que o espírito recebeu, porque a este não chegaram por intermédio dos sentidos do corpo. Ou seja : as vibrações do espírito parcialmente liberto pelo sono são distintas das vibrações do espírito revestido do corpo. Isso explica porque, muitas vezes, o sonho é lúcido, repleto de cores, sons, imagens, e quando acordamos perdemos totalmente a lembrança. Ficamos apenas com as sensações no fundo da alma.
O cérebro, que é o instrumento pelo qual a mente se expressa em nível físico, é ainda muito grosseiro para registrar as impressões sutis que a mente liberta é capaz de registrar. É como se o cérebro não conseguisse decodificar as informações que lhe chegam durante o desprendimento pelo sono. Por esse motivo é que alguns sonhos nos parecem truncados, sem nexo, ou com grandes lacunas. É por isso também, que misturamos coisas e fatos do dia-a-dia com outras que não dizem respeito ao nosso mundo físico.
Pessoas há, que sonham com determinada situação e essa situação se concretiza no decorrer dos dias. São os chamados sonhos premonitórios. O espírito antevê, durante o sonho, o que irá ocorrer no dia seguinte, nos próximos dias, ou em futuro distante.
É comum e correta a frase "morremos todas as noites através do sono". Quando, pelo morte, se romperem em definitivo os laços que unem o corpo à alma, esta estará "liberta". É no sonho que muitos gênios vão buscar inspiração para suas invenções. Isso explica porque é que uma idéia, não raro, surge em diversos pontos do Planeta.
No teu caso, me parece que, sim, certamente, os sonhos foram contatos efetivos com uma pessoa em outro plano. E, aparentemente, a maneira como escolheu para se manifestar é um indicativo de que o "Antonio"' de quem falava seja seu pai. Sabemos que, em nossas vidas sucessivas, somos ligados a pessoas que nos são afins, por uma ou várias encarnações. E estes laços permanecem onde quer que estejamos. Uma ligação que, suponho, exista entre vocês e seu pai, mas também entre esta mulher e ele. Uma forte ligação que a faz transpor o caminho entre os dois planos e lhe passar uma mensagem que, possivelmente, faz parte de sua própria missão nesta vida. Isto porque, quando nos preparamos para a reencarnação, assumimos compromissos os quais certamente não lembraremos depois, mas que estão em nosso íntimo e que contituem um degrau em nossa caminhada.
Não sei qual a relação entre vocês, mas, ainda que seja boa e amorosa, não ignore tal mensagem, pois nada mais é do que um clamor de quem o ama profundamente. E, por amá-lo tanto assim, pede que você também o ame, com compaixão e paciência.
A partir de "O Livro dos Espíritos" (Questão 400 e ss.) e do artigo "Sonhos", de Momento Espírita